sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Norma 001/209 - TV Digital do Ministério das Comunicações

O colunista Daniel Castro da Folha de São Paulo informa a edição da norma 001/2009 do Ministério das Comunicações que, segundo ele, proíbe novos canais digitais.
A referida norma foi veiculada por intermédio da Portaria nº 24, de 11 de fevereiro de 2009. Seu objetivo é "normatizar a operação compartilhada dos Serviços de Televisão e de Retransmissão de Televisão Pública Digital explorada por entes integrantes dos Poderes da União, no âmbito do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrrestre - SBTVD-T".
Portanto, a princípio, a norma tem por destinatárias as emissoras vinculadas à União, não atingindo as privadas.
Contudo, noticia-se que a regra restringe a multi-programação por parte das emissoras privadas, abrindo-se a multi-programação para TV Brail, TV Senado, TV Câmara e TV Justiça. Ou seja, um único canal digital poderá servir à trasnmissão simultânea das programação das quatro tevês.
No final, a portaria em seu item 10.3 refere-se que a multi-programação poderá ser realizada nos canais vinculados à União, conforme previsão do art. 12 do Decreto 5.820/2006. Ao que tudo indica a portaria não pode ser interpretada de modo a impedir a multi-programação pelas tevês privadas, eis que seu objeto é a regulação das tevês estatais.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dalai Lama e a TV

Dalai Lama, juntamente com Paul Ekman (especialista em expressão das emoções), no livro Consciência Emocional (Editora Prumo, 2008), aborda a questão em torno das mensagens veiculadas pela televisão.

A ideologia propagada, segundo os autores, é no sentido da prosperidade material resolver todos nossos problemas. A riqueza e fama são difundidas como a solução para os males!

Apesar do desenvolvimento econômico-social no último século e da redução da pobreza, restam ainda os problemas de natureza mental e espiritual. Mesmo nos países mais ricos existem grave problemas psíquicos.

Uma outra questão refletida no livro consiste na aprendizagem da compaixão, isto é, focar no "sofrimento alheio, no desejo de ver os outros livres do sofrimento".

Atualmente, com a TV podemos ver o sofrimento no mundo. A toda hora são mostradas cenas trágicas.

Daí os autores questionam: O simples fato de ver o sofrimento dos outros aumentará a compaixão?

Segundo Dalai Lama o fato de ver o sofrimento dos outros cria o sentimento de que a situação é insuportável, eis que somos uma "família de seres humanos, então uma pessoa deve se interessar pelo bem-estar de todas as pessoas da sociedade".

Eles ressaltam que a TV evita mostra cenas de assassinatos reais, as ver pessoas morrendo, vítimas de violência e sangrando deixando-se em situação desconfortável. No entanto, se a violência for exibida sem a apresentação das consequências então poderá ocorrer o incentivo à sua prática.

A partir destas lições fica a reflexão: o que a TV pode contribuir para o ensinamento da compaixão?

Ora, um dos princípios básicos a ser seguido é o da dignidade da pessoa humana.
A partir dele impõe-se o caráter educativo da programação de televisão de modo a não promover a exploração do sofrimento humano, mas a sua apresentação de modo a servir como um aprendizado para a evolução pessoal e do grupo social.

Na prática, as emissoras não devem se limitar a exibir violência, mas apresentá-la dentro do contexto do seu surgimento (identificando as causas) e as possíveis ações para a sua respectiva cessação.

A programação de TV voltada à mera retratação da violência imanente à sociedade brasileira é um caminho baseado no sensacionalismo, explorando o medo de modo a prender a audiência.

Mas do ponto de vista ético o caminho é inaugurar um novo cenário audiovisual equilibrado voltado às verdadeiras necessidades dos cidadãos, de modo a estimular a solidariedade entre os mesmos.

Por exemplo, a cobertura pelas redes de TV das enchentes em Santa Catarina representa um exemplo positivo no sentido de organização dos cidadãos em prol do sofrimento dos catarinenses, mediante ações práticas.

Quem sabe a partir desta lição histórica outros belos exemplos de compaixão possam ser noticiado e objeto de admiração.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Falta de Divulgação da TV Digital

Segundo o Ministro das Comunicações Hélio Costa o radiodifusor brasileiro não tem divulgado a TV Digital, o que poderá implicar na perda do mercado para novas tecnologias (fonte: Miriam Aquino - TeleSíntese - 18.02.2009).

Realmente, depois do lançamento da TV Digital no Brasil a sua divulgação é ainda tímida.

De um lado, as emissoras de tevê não universalizaram a prestação do sinal digital em suas áreas de atuação.

De outro lado, os consumidores deparam-se com preços elevados dos televisores e estão receosos de adquirir um produto que poderá ficar ultrapassado.

Do lado do governo não há uma política industrial robusta de estímulo à fabricação de televisores digitais no País.

Está criado o impasse para a popularização da tevê. Na declaração ministerial há exploração do medo das tevês quanto à perda do mercado diante de novas tecnologias.

Acredito que a solução do problema passa pelo apoio governamental e medidas de divulgação da tevê digital pelas emissoras.

E, principalmente, a aproximação com o público. Este, aliás, sequer tem acesso à novidade tecnológica.

No início, toda mudança é difícil, mas se não forem adotadas medidas de estímulo progressivo de adesão ao sistema e de sua divulgação, de fato, a tevê digital será apenas um sonho distante dos brasileiros.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Qualidade da Programação de TV

Daniel Filho em entrevista à colunista Mônica Bergamo da Folha de São de Paulo (15.2.09) declarou "Nenhum programa me atrai. Nem o `Jornal Nacional´ eu preciso ver mais ..."
É sintomático que um dos pioneiros da televisão brasileira testemunhe categoricamente a sua falta de interesse pela programação da televisão (no caso a tevê aberta).
Quem mudou? A tevê ou o telespectador?
Acredito que o público é o protagonista deste novo capítulo do novo cenário audiovisual brasileiro.
O telespectador está saturado com a programação ofertada pelas emissoras de tevê.
Nada de interessante se encontra nos âmbitos da informação, educação e entretenimento, salvo raras exceções. Não existem novidades, somente velhas fórmulas desgastadas pelo tempo.
Antigamente, a tevê reinava absoluta dentro da casa do telespectador. Atualmente, a situação vem mudando, existindo diversas alternativas à disposição do público para ocupar seu tempo de lazer.
Acredito que se a televisão não investir fortemente no oferecimento de novos conteúdos com qualidade, gradativamente, perderá a audiência.
Quando as emissoras de televisão acordarem talvez seja tarde demais. A concorrência no setor, ao invés de estimular a diversidade, favorece a uniformização dos programas.
O público estará desperto diante de melhores opções, inclusive alguns optam por desligar o televisor.