terça-feira, 8 de abril de 2008

Interferência do Governo na TV Brasil

A TV Brasil conta com mais uma acusação de interferência do governo em sua programação.

O jornalista Luiz Lobo, ex-editor-chefe da TV Brasil afirma que a jornalista Jaqueline Paiva, mulher do assessor da imprensa da Presidência da República Nelson Breve, fiscalizava os textos jornalísticos sobre o Planalto, Presidência política e economia. Por discordar dessa medida, segundo ele, foi demitido justamente por resistir às interferências, conforme notícia da Folha de São Paulo de 7.04.08, elaborada por Daniel Castro.

A versão oficial sobre a demissão do jornalista alega incompatibilidade com as exigências inerentes ao cargo, principalmente a jornada de trabalho.

Em resposta ao fato, o Conselho Curador da TV Brasil montou uma comissão para apurar a referida acusação, buscando-se ouvir todas as partes envolvidas.

Realmente se for confirmada a interferência do governo na programação da emissora de televisão, que pretende ser pública, haverá mais um duro golpe em nossa democracia.

Como afirma o jornalista Jânio de Freitas na Folha de São Paulo de hoje: "A independência da TV Brasil só pode partir da inexistência de conexões inconvenientes ao jornalismo, mesmo que não chegam a ser matrimoniais. Nesse capítulo, os limites do admissível são estreitos".

A autonomia da TV Brasil em face do governo mais do que um preceito ético é um princípio jurídico inato em sua constituição.

Portanto, é fundamental que o Conselho Curador, a partir desse caso concreto, estabeleça diretrizes apropriadas para a defesa de sua autonomia, evitando-se a ocorrência de novos deslizes que comprometam o jornalismo efetuado pela emissora de televisão.

A correção dos rumos da TV Brasil aproveitará não só à instituição, mas também à democracia brasileira.

Nenhum comentário: