quinta-feira, 3 de abril de 2008

PSICOTECNOLOGIA

O professor Derrick de Kerckhove, diretor do Programa McLuhan de Cultura e Tecnologia da Universidade de Toronto, inventou o termo psicotecnologia para designar toda tecnologia de suporte à linguagem. Trata-se de uma tecnologia de conexão, por intermédio da linguagem, do indíviduo com seu interior e exterior. Desse modo, a psicotecnologia é, segundo ele, predominantemente uma tecnologia da linguagem.

Em verdade, ele parte de uma idéia-chave constante do pensamento de McLuhan de que os meios de comunicação são extensões do corpo humano.

Coloco essa duas idéias psicotecnologia e meios de comunicação como extensões do corpo para levantar a questão da influência dos meios de comunicação sobre a psique humana, especialmente abordando a tv.

No primeira metade do século passado surgiram nos EUA teorias apontando que o meio condiciona o comportamento humano. O conteúdo do pensamento é determinado pela mensagem difundida pelo meio. Trata-se de um ato reflexo da mensagem transportada pelo veículo de comunicação.

Posteriormente, verificou-se mediante novas pesquisas que a situação não eram bem assim. O meio até pode influenciar a conduta, contudo essa influência é relativa e depende de uma série de fatores objetivos e subjetivos.

A partir desse contexto teórico apresentado de modo bem sintético, cumpre investigar a questão da influência da televisão no Brasil no século XXI.

Ora, a televisão encontra-se em determinado contexto tecnológico marcado pela diversidade de meios de comunicação. Se no século passado somente existia o rádio concorrendo com a televisão atualmente a concorrência é plural. Hoje, a pessoa além de não ter muito tempo para assistir à tv ela possui outras alternativas para a alocação de seu tempo disponível fora da esfera do trabalho. Particularmente, com a evolução e expansão da internet acredito que gradativamente haverá a queda da audiência da tv.

Além disso, existem limites estruturais à influência da tv entre os quais estão os seguintes: personalidade, grau de educação e formação cultural, acesso a diversos outros meios, renda, idade, tempo disponível, etc. E, também, não se pode esquecer da possibilidade de utilização do controle remoto. A maior arma do telespectador em face da programação de televisão.

Em muitos casos, por exemplo, uma propaganda ao invés de influenciar positivamente a vontade do telespectador poderá afetá-la negativamente. A pessoa pode voltar-se contra o conteúdo exibido pela tv.

Enfim, pretendo apenas levar a importância da discussão em torno da influência de um meio de comunicação como é a tv. No Brasil já existem alguns bons estudos a respeito desse assunto, mais ainda é preciso evoluirmos e muito.

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